sábado, 18 de fevereiro de 2017

Menina de 15 anos é estuprada e deixa carta antes de se suicidar

Não existe nada de “ela provocou”, ou “ela que quis”, muito menos “ela mereceu”.

blastingnews


Uma adolescente australiana chamada Cassidy Trevan cometeu suicídio por não suportar mais viver com as lembranças e o trauma do #Estupro que sofrera dois anos antes - monstruosidade cometida por dois estudantes de sua escola.
Antes de tirar sua vida, ela escreveu uma comovente carta que foi encontrada em seu computador depois de sua morte. Ela começa se apresentando e explicando o que lhe aconteceu. Diz temer que quem a atacou abuse de outras pessoas que estudam lá e pede a possíveis vítimas que se defendam e resistam, pois se não o fizerem, arrepender-se-ão pelo resto da vida como ela se arrependeu. Ela também deseja aos leitores e leitoras de seu texto que permaneçam seguros (as).
Cassidy nunca quis fazer um Boletim de Ocorrência formal porque temia ser acareada com seus estupradores, mas ela e sua mãe encontraram-se com policiais pelo menos vinte vezes nos dois anos que se passaram desde o crime. Não adiantou: o caso terminou arquivado por falta de provas.
A mãe de Cassidy, Linda, mostrou o texto da filha a vários veículos jornalísticos e também falou da tragédia da filha em uma postagem no Facebook. Nela, dirigindo-se aos estupradores, falou do medo que ela sentia de que os criminosos a atacassem de novo e do quanto ela padeceu por vinte e dois meses com as lembranças do ataque e com o bullying praticado por algumas pessoas que conseguiram dados de contato dela.
"Bullying matou minha filha", resumiu a situação Linda, acrescentando que espera que as pessoas que atormentaram a filha dela, os quais ela chama de demônios, nunca possam nem esquecer o que fizeram nem se perdoar pelo que cometeram. "Vocês todos têm sangue nas suas mãos enquanto viverem", finalizou.
No peito, a mãe de Cassidy tatuou um coração com o nome da filha dentro. Atravessando o coração, há um faixa onde se lê em inglês: "Voe, Voe, Minha Infinita Filha". Ao ouvir falar no desejo de que Cassidy possa voar, difícil não lembrar o discurso final de O Grande Ditator em que o judeu interpretado por Chaplin (que também interpretou o ditador) diz: "A alma do homem recebeu asas e, finalmente, ele está começando a voar. Está voando para o arco-íris - para a luz da esperança, para o futuro, o glorioso futuro que pertence a você, a mim, a todos nós".
Um dia, espera-se, todas as Cassidys do mundo alcançarão o arco-íris, mas ainda falta tanto.

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